O que devemos contar aos nossos filhos?
Não devemos dizer mentiras, é verdade! Mas acreditar no Pai Natal faz parte da magia do Natal.
Bem, qualquer um dos argumentos é válido.
A Madalena quando era mais nova sempre escreveu a Carta ao Pai Natal. Aos 9 anos começou a fazer perguntas sobre o Senhor Barbudo e disse que as amigas tinham opiniões bem diferentes [que o Pai Natal não existia, que era mentira e até que já tinha morrido]. Expliquei-lhe que cada um tem a sua opinião e que cada um acredita naquilo que quer. E que apesar de existirem crenças diferentes todas são válidas, todas têm o mesmo valor. Que devemos respeitar a opinião dos outros. No ano a seguir não fez perguntas e quis escrever ao Pai Natal.
Eu gosto de alimentar a magia do Natal, não só porque adoro esta época, mas também porque considero que é bom promover o imaginário e a fantasia tão próprio das idades mais tenras.
Quando ela me perguntou se eu acreditava no Pai Natal eu respondi-lhe que gosto de acreditar nele e que isso me faz sentir bem.
Já não acredita no Pai Natal. Sinal que cresceu como abandonou uma crença. Todos nós já abandonamos crenças e começámos a acreditar noutras. Faz parte do crescimento. E o importante é que os meus filhos entendam que cada um tem as suas crenças e que as devemos respeitar. Porque todos temos o mesmo valor.
Por isso, até eles deixarem de acreditar que [o Pai Natal existe!], no dia 23 fizemos sempre bolachinhas para o Sr. Barbudo e deixamos junto do pinheiro com uma caneca de leite e uma cenoura para o Rodolfo. No dia seguinte estavam lá os presentes, a caneca vazia, as bolachas comidas e uma dentada na cenoura.
Entretanto, quando a Madalena começou a tomar consciência que o Pai Natal não era o único a oferecer os presentes e me questionou, disse-lhe que o Pai Natal traz apenas um presente, afinal há muitas crianças no mundo! Mas há pessoas a quem gostamos de oferecer uma lembrança e que nos gostam de dar e, por isso, nós darmos prendas a pessoas que nos são queridas e o inverso também acontece. Foi assim que dei continuidade a esta magia.
O nosso discurso sobre o Pai Natal e a decisão sobre o que contar aos nossos filhos deve refletir as nossas crenças familiares e o que consideramos que é apropriado para a idade e a maturidade deles. O Natal pode ser uma maravilhosa oportunidade para criar memórias significativas, independentemente da forma como escolheres abordar a história do Senhor Barbudo.
Também permites esta magia acontecer ou disseste aos teus filhos que o Pai Natal não existe?
Fotos: @sandradiogophoto_oficial
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